Desde que começaram as obras no Estádio Beira-Rio, há dois anos, os sapatos que a arquiteta gosta de usar não saem do carro quando ela estaciona no clube. Calças e botas são o uniforme para que possa circular por entre os trabalhadores, as máquinas, as estruturas e a poeira da construção.
Quando começaram as negociações para a reforma do Beira-Rio, Diana ainda era membro do Conselho Deliberativo do clube. Por indicação do movimento ao qual pertencia, passou a integrar a Comissão de Obras, na qual pode debruçar-se sobre os projetos e estudá-los com afinco. Em pouco tempo, conhecia não apenas os detalhes técnicos, mas as estratégias do clube com a obra e os pormenores do negócio. Quando passou a integrar a vice-presidência, a obra tornou-se a sua tarefa diária, sua responsabilidade.
A formação em arquitetura, pela UFRGS, e a experiência como projetista ajudaram Diana a desempenhar a tarefa de coordenar a obra com desenvoltura. Ela admite, no entanto, que nada do que tenha feito antes — e possivelmente nenhum projeto futuro — terá a magnitude do que está vivendo agora.
— É tudo muito grande, mas também com muitos detalhes. Tem sido uma vivência muito intensa. A mais intensa de todas — admite.
Para dar conta de tudo, Diana vai ao Beira-Rio todo santo dia, preferencialmente pela manhã, enquanto os trabalhadores estão dispostos para conversar, receber instruções e trocar impressões sobre o andamento da obra. Cercada de gente a quem credita o sucesso da empreitada, apressa-se em elogiar duas outras mulheres que dividem com ela a rotina no estádio. Por desempenhar um trabalho voluntários na diretoria, Diana lembra da importância de cercar-se de profissionais competentes para a execução das demandas do dia a dia.
— Somos três mulheres na coordenação da obra. Tenho impressão de que isso trouxe uma leveza que se incorporou à rotina e que tem feito bem para todos — comenta.
Após a inauguração do estádio, a arquiteta relembra os dois anos de jornada dupla, cumprida no clube e em seu escritório particular. Agora, prepara-se para ter tempo livre de novo. O que mais quer? Voltar a ser apenas mais uma torcedora, na casa nova do Inter.
A matéria na íntegra você encontra na edição do dia 23 de março do Caderno Donna, do jornal Zero Hora.
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